Neste momento de instabilidade política no país, uma figura literária do século XIX parece ter percebido o que nós ignoramos. Se a direita e a esquerda são antagônicas fora do planalto, dentro dele as coisas parecem seguir o rumo da conveniência. E eis que Machado de Assis, o bruxo do Cosme Velho, brinda-nos com seu sempre ironicamente ácido comentário sobre o cenário brasileiro (de outrora e de agora). Estas palavras estão no livro “Machado de Assis, um gênio brasileiro”, de Daniel Piza:
“O conselheiro representa uma elite antiquada, mais preocupada com suas fofocas e fortunas do que com o coletivo. Tristão, no outro pólo, representa uma nova geração que se aproxima da política para ascender socialmente, que defende uma ideologia em cada ambiente em que está, que tem caráter volátil e ganancioso. Em outras palavras, eles são muito diferentes e muito parecidos. Quando cronista da vida parlamentar, Machado sempre mostrava que os liberais e os conservadores usavam estes rótulos de acordo com suas conveniências, e que a diferença era estar ou não no poder […].”
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Um comentário em “A política brasileira hoje e Machado de Assis”